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11 fevereiro, 2008

1º DIA DE AULA

A árdua - mas prazerosa – tarefa de estimular o gosto pela leitura. O melhor que um professor de literatura pode fazer nesses tempos de ipods e celulares é falar de livros, mostrar livros, ler trechos de livros, citar livros... Descobrir com os alunos novos ritmos para um texto, fazê-los ver que LER vai muito além de simplesmente passar os olhos sobre as palavras, que não há – não pode haver!!! – uma só possibilidade de leitura para um texto, que um livro é uma estrada que se abre para infinitos rumos tantos quantos forem os olhos de quem o lê...

Hoje, nas escolas de Macondo, capital do Reino de Pasárgada, recomeçaram as aulas de literatura.

Meus amigos, meus inimigos, não quero me limitar a dar definições sobre cultismos e conceptismos barrocos ou o esmiuçar as cento e sessenta e sete caracteríscias bucólicas do Arcadismo; não quero que meus olhos fiquem apenas na superfície dos poemas de Gregório de Matos; não me permito dizer somente que São Bernardo é um livro da segunda geração modernista e blá-blá-blá, blé-blé-blé... Eu quero mais. Eu posso mais!

Por tudo isso, quem abriu aulas em 2008 não foi o “professor” Juvenal, mas o filho bastardo de Manuel Bandeira, o palhaço Bandeirola, nascido em Macondo, capital do Reino de Pasárgada, que recitou poemas de Ascenço Ferreira, de seu pai Manuel Bandeira, de Adélia Prado - que, dizem, teve um tórrido e tempestuoso caso com os olhos verdes de Castro Alves, de Casimiro de Abreu, poeta que já teve oito anos e hoje é ministro da Saudade no supracitado Reino.

O palhaço foi além e leu trechos dos Nosso Antepassados, cujas vidas estão registradas nos relatos de Ítalo Calvino. Sim, meus senhores, Bandeirola, que nas horas vagas faz bico como bobo da corte em Aleph, famoso cabaret situado em Cronópios, coração da zona boêmia de Macondo, leu os inícios de O visconde partido ao meio, O barão nas árvores e O cavaleiro inexistente e reforçou os Direitos imprescritíveis do leitor, de Daniel Pennac.

Hoje fazia uma manhã ensolarada em Macondo e os alunos, pelo que seus olhos deixaram transparecer, aprovaram a investida de Bandeirola.

Afinal, na sopa de letrinhas servida ontem pelo mordomo Carlitos Drummão d'Andrade, todos puderam ler que "LUTAR COM PALAVRAS É A LUTA MAIS VÃ / ENTANTO LUTAMOS MAL ROMPE A MANHÃ"

Juvenal “Bandeirola” Bernardes

5 comentários:

Anônimo disse...

sem comentários, pai!!!
sem dúvidas, se vc não existisse eu teria q te inventar!!
TE AMO
coty

NANAL BATATINHA disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
diOli disse...

Olha que bacana!!!
p.a.r.a.b.é.n.s!!!!

diOli disse...

pena que eu não tive um professor assim!!!

\o/

André disse...

legal