Contando histórias, melhorando o mundo.

Imag <foo

28 janeiro, 2010

SAUDADE

30 de janeiro: dia da Saudade

Saudade de jogar bola nos campinhos de terra...
Saudade de nadar na lagoa do Cemitério dos Vivos...
Saudade de brincar nas pilhas de casquinha de arroz, na fábrica de beneficiamento...
Saudade de comer goiaba roubada no quintal da dona Niguita...
Saudade de correr atrás de caminhão na subida do morro da Maranhão...
Saudade das vésperas de natal e do cheiro de assado que invadia a casa...
Saudade de correr da chuva que vinha do Pito Aceso...
Saudade de ler os livros ilustrados, com as histórias dos Irmãos Grimm...
Saudade das guerras com as formigas lava-pés, na porta da casa da dona Luiza...
Saudade da sombra do abacateiro...
Saudade de dormir no quartinho com meus irmãos
Saudade de acordar no meio da noite com medo do escuro...
Saudade de matar aula pra nadar na piscina da dona Maria...
Saudade de matar aula pra ver jogos na Quadra dos Padres...
Saudade de matar aula pra não fazer nada...
Saudade da cidade revirada, quando asfaltaram as ruas do centro...
Saudade de brincar de pé-na-lata com a turma da Maranhão...
Saudade do cheiro de benzina do meu pai...
Saudade de comer cabeça de traíra no bar Paris...
Saudade do gosto de geleia...
Saudade de virar cambalhota na grama...
Saudade de ver televisão pela primeira vez...
Saudade de uma camisa que eu tive...
Saudade de comer rabada que minha mãe fez num sábado...
Saudade de assistir Ultra-Seven e Ultra-Men...
Saudade de viajar pra Belo Horizonte pela primeira vez...
Saudade da dona Esmeralda e dos cartazes do Circo do Carequinha e dos Três Porquinhos...
Saudade de estudar no Joaquim Nabuco...
Saudade de brincar na Mina do Zé Capitão...
Saudade do cheiro do picolé ki-big, principalmente do de coco queimado...
Saudade de corrida de barquinhos em enxurrada, depois de chuva forte...
Saudade de fazer barragens na enxurrada, depois de chuva forte...
Saudade de ver cair chuvas fortes, que davam medo...
Saudade do Manchinha, meu companheiro vira-latas...
Saudade do primeiro amor e daquela enorme timidez...
Saudade de ouvir Secos e Molhados pela primeira vez...
Saudade do meu violãozinho de lata de óleo e cordas de pescar...
Saudade de sonhar ser jogador do Guarani...
Saudade de ver os decotes das meninas no Dona Antônia Valadares...
Saudade de jogar finca...
Saudade de biscoito assado que a dona Alzira fazia...
Saudade de tudo, das coisas mais simples que tive na vida...

7 comentários:

Joubert Amaral disse...

Lindo amigo... tive saudades boas de Divinópolis agora (apesar de ser muito mais jovem e ter mais cabelo do que você).

Sonaly disse...

Juju, lindo demais... como tudo que você faz...
Saudade de você...
Sonaly

zeba disse...

Ê cumpadi...
Se "toda saudade é sinal de velhice" como dizia Guimarães Rosa, nascemos sexagenários...
O poema é lindo!

NANAL BATATINHA disse...

MAIS SAUDADES... que chegaram por e-mail:

NANAL,
ADOREI......REALMENTE TEMOS MUITA SAUDADE.......DE MUITA COISA NÉ!
LEMBREI DE ALGUMAS TAMBÉM:
DO PÉ DE ARTICUM DA CASA DO TAMIRO
DA PEDRA QUE FICAVA NA ESQUINA DA MARANHÃO C/SÃO PAULO
DOS CAMPINHOS DE FUTEBOL
DE JOGAR WAR
DO CAMPO DO FRANTAVA
E OUTRAS MAIS........
UM ABRAÇO,

DOM PABLO



Ola Nanal,
Parabens pelo belo texto,
saudades de voce.
grande abraco

Leandro Aguiar

diOli disse...

valeu nanal,
divinópolis marca de um jeito, eu tb já dei uns rolés no buracão do pito aceso!?? vc conheceu?
rsrsr
abraçao,

Anônimo disse...

Oi Nanal
foi só ler o poema pra descobrir que hoje eu tbém tô com saudade. Muita saudade! Como diz a canção "saudade até de mim mesma".
Abs.
Saudades,
Cristina Pereira

Anônimo disse...

Oi Nanal,
voltei agora cedo pra falar que achei um grande barato além do poema, q eu adorei, encontrar o comentário do grande Leandro Aguiar! Éramos da mesma turma de colégio, lembra? Falei pra ele que quando estivermos em Div, temos que marcar um encontro contigo e outros "do nosso tempo" (rsrs).
O tema do seu post ilustrou o encontro. Abraço carinhoso,
Cristina Pereira