O negócio do lançamento do BARKAÇA me inspirou a criar um cordel... segue o que já está pronto (work in progress - o resto ainda vai sair. TEM QUE SAIR!!! Até sábado - nos dois sentidos. Ou três)
A PELEJA DOS POETAS CONTRA A FESTA DO BEZERRO
A história que vou contar Ora a vossas senhorias É igual a tantas outras Que encerram sabedorias: É a do pobre contra o rico, De David contra Golias,
É a história do duelo De um pequeno contra um forte. Viram-se um dia em combate (quis o destino e a sorte) O Exército dos Poetas E um gigante de porte.
Foi na cidade Divina Onde tudo aconteceu. Esta cidade mineira, Pra quem não sabe, nasceu Pelas mãos de um Candidés Que por lá apareceu.
A tal Divina cidade, Cujo título inconteste, Merecido e já famoso É “Princesinha do Oeste”, Estava então dominada Por uma terrível peste:
Todo ano aparecia Com estrondoso barulho Vindos do fundo do inferno Uns vendedores de entulho – De um entulho perigoso Pois que enfeitado em embrulho.
O entulho que se vendia Era uma coisa esquisita: Um passaporte pra festa! (Em festa que necessita De passaporte eu não vou – É coisa que se admita?!
Passaporte a gente usa É pra sair do país E conhecer o estrangeiro. O meu, que ainda não fiz, Não vai ser pra ir em festa; Vai ser pra Londres, Paris).
Pois foi por causa do envento Que se deu esta peleja: Era uma festa embalada Por música sertaneja, Mas da pior qualidade Que o gosto de alguém eleja.
A festa juntava gente De toda parte do mundo Vinham, bebiam e comiam, Deixavam tudo imundo. E mijavam em todo canto Tornando o ar nauseabundo.
Era um mijo tão fedido Que a gente ficava tonto De respirar tanta amônia. Mas não era este o ponto Que incomodava os poetas E os levou ao confronto.
O problema é que essa festa Era um tributo ao consumo De tudo que é porcaria; Daquilo que afeta o prumo Da cultura de um povo E o põe a vagar sem rumo.
Um povo que se acostuma Ao consumo industrial Engole tudo que é imposto Pela indústria cultural. Perde a massa encefálica Não julga o que bom ou mau.
Um povo assim vira presa De sua própria ignorância. E por não ter senso crítico Não sabe dar importância Ao que é da sua cultura, Ou seja, ao que dá sustância
A sua própria identidade, Ao que torna ele um povo Diferente dos demais; Aquilo que é o seu ovo, Que está em sua raiz: O antigo que é sempre novo.
Os poetas se invocaram Com essa festa cabulosa E a pasmaceira medonha Que se tornava horrorosa. Resolveram então fazer Um coisa audaciosa:
"Para sermos capazes de ler Sentimentos Escritos Humanos em linguagem humana Precisamos ler Como Seres Humanos - e fazê-lo Read more Leia"?xml:namespace>
3 comentários:
opa
q bacana hein nanal!
vamos comparecer pessoal!!
chamem seus amigos, levem um parente!!!
AXÉ!
PUTS! VAI SER A FESTA ! VEJO VOCÊS LÁ!!!
MINGAU
Pois é...
O negócio do lançamento do BARKAÇA me inspirou a criar um cordel... segue o que já está pronto (work in progress - o resto ainda vai sair. TEM QUE SAIR!!! Até sábado - nos dois sentidos. Ou três)
A PELEJA DOS POETAS CONTRA A FESTA DO BEZERRO
A história que vou contar
Ora a vossas senhorias
É igual a tantas outras
Que encerram sabedorias:
É a do pobre contra o rico,
De David contra Golias,
É a história do duelo
De um pequeno contra um forte.
Viram-se um dia em combate
(quis o destino e a sorte)
O Exército dos Poetas
E um gigante de porte.
Foi na cidade Divina
Onde tudo aconteceu.
Esta cidade mineira,
Pra quem não sabe, nasceu
Pelas mãos de um Candidés
Que por lá apareceu.
A tal Divina cidade,
Cujo título inconteste,
Merecido e já famoso
É “Princesinha do Oeste”,
Estava então dominada
Por uma terrível peste:
Todo ano aparecia
Com estrondoso barulho
Vindos do fundo do inferno
Uns vendedores de entulho
– De um entulho perigoso
Pois que enfeitado em embrulho.
O entulho que se vendia
Era uma coisa esquisita:
Um passaporte pra festa!
(Em festa que necessita
De passaporte eu não vou
– É coisa que se admita?!
Passaporte a gente usa
É pra sair do país
E conhecer o estrangeiro.
O meu, que ainda não fiz,
Não vai ser pra ir em festa;
Vai ser pra Londres, Paris).
Pois foi por causa do envento
Que se deu esta peleja:
Era uma festa embalada
Por música sertaneja,
Mas da pior qualidade
Que o gosto de alguém eleja.
A festa juntava gente
De toda parte do mundo
Vinham, bebiam e comiam,
Deixavam tudo imundo.
E mijavam em todo canto
Tornando o ar nauseabundo.
Era um mijo tão fedido
Que a gente ficava tonto
De respirar tanta amônia.
Mas não era este o ponto
Que incomodava os poetas
E os levou ao confronto.
O problema é que essa festa
Era um tributo ao consumo
De tudo que é porcaria;
Daquilo que afeta o prumo
Da cultura de um povo
E o põe a vagar sem rumo.
Um povo que se acostuma
Ao consumo industrial
Engole tudo que é imposto
Pela indústria cultural.
Perde a massa encefálica
Não julga o que bom ou mau.
Um povo assim vira presa
De sua própria ignorância.
E por não ter senso crítico
Não sabe dar importância
Ao que é da sua cultura,
Ou seja, ao que dá sustância
A sua própria identidade,
Ao que torna ele um povo
Diferente dos demais;
Aquilo que é o seu ovo,
Que está em sua raiz:
O antigo que é sempre novo.
Os poetas se invocaram
Com essa festa cabulosa
E a pasmaceira medonha
Que se tornava horrorosa.
Resolveram então fazer
Um coisa audaciosa:
Postar um comentário